A prostituição do Carnaval

"A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor"
Chico Buarque
Assistimos nos dias 06 e 07 de Março, o Carnaval fora de época na nossa cidade. O Carnaval é considerado a maior festa popular do Brasil, só que em nosso Município não é tão popular assim, a começar pelos preços praticados no acesso as arquibancadas, que é patrocinada na sua maioria com dinheiro público.

A passarela se torna uma feira de vaidades, onde pseudo políticos, empresários, médicos, agropecuaristas... se digladiam numa luta cheia de sorrisos em busca de popularidade. Há brigas por posição de destaque na avenida e nas direções das escolas, e os verdadeiros simpatizantes das escolas não passam de massa de manobra na mão de poucos.

Com certa tristeza vi a prostituição de certas escolas de samba, principalmente a tradicional “Canudos”, escola fundada e sediada no bairro que leva seu nome, bairro este marcado pela exclusão social, marginalizado, mas com uma comunidade digna e batalhadora. Certamente foi a “direção” que optou pela parceria com associações que historicamente exploram o homem, e que patrocinam a desigualdade social.

Arroz e boi, povo e boi, dinheiro e arroz, que diferença tem?
A dignidade não se vende, não é mercadoria de troca. O carnaval patrocinado por nós não pode ser simplesmente um anestésico popular, uma maquiagem apresentada em propaganda de televisão.
Márcio Mombach

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