Obama espera contar com o Brasil para dialogar com Cuba



04 de março de 2009 • 08h47 • atualizado às 09h09

O governo Barack Obama está preparando uma ambiciosa iniciativa para colocar fim a 50 anos de enfrentamento com Cuba. Segundo informações publicadas pelo jornal El País, o objetivo é facilitar, a partir de diálogos com as autoridades da ilha, uma via até a democratização do país. Para isso, os Estados Unidos esperam contar com o Brasil. O objetivo americano é ter o governo de Lula, que visita Washington no próximo dia 17, ao seu lado para enfrentar de forma coordenada os principais problemas da América Latina.

Segundo o diário espanhol, o propósito da administração Obama é acelerar os trâmites para levar Cuba a uma democracia e criar um novo cenário com a ocasião da próxima cúpula americana, que se realizará em Trinidad e Tobago entre os dias 17 e 19 de abril. Obama não quer deixar a oportunidade para conseguir resultados, consciente da incerteza que ronda a situação cubana e do pouco tempo que terá para assuntos latino-americanos em sua agenda em um futuro próximo. Se Havana quiser um acerto, a oportunidade é essa, diz o jornal.

Nesse contexto, se observa as mudanças feitas na ilha pela administração de Raúl Castro. O El País afirma que, apesar de não haver um embate entre Fidel e Raúl, os amigos do ex-líder da ilha foram preteridos. Os de Raúl, por sua vez, foram promovidos, o que significaria uma maior possibilidade de a ilha querer normalizar suas relações com Washington. A mudança de postura dos EUA se encaixa na visão de Obama, que prometeu relaxar o embargo durante a sua campanha, mas também de quase toda América Latina.

Diz o El País que todos os presidentes latino-americanos e outras figuras da Europa estão aumentando os esforços para estabelecer um diálogo EUA-Cuba. É aí que entra o papel de Lula. Em sua visita à capital americana ainda neste mês deve, o presidente brasileiro deve discutir a possibilidade de incluir o assunto Cuba na próxima cúpula americana. O jornal espanhol termina afirmando que Cuba parece estar se preparando para essa mudança. Além disso, cita Hugo Chávez como um obstáculo a esse possível diálogo entre Washington e Havana.

Redação Terra

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